We Were Here (Mais do que uma vez)

Bem vindos ao Queres1Bolacha, e à nossa primeira publicação "a sério". Para começar em grande, decidi falar-vos de um pequeno jogo indie, We Were Here.




We Were Here é um jogo de puzzle co-op grátis, disponível na steam. O co-op é não só obrigatório, como também a maior feature do jogo.





A história é bastante simples. Duas pessoas (os jogadores) estavam a andar no meio da neve, encontraram um castelo e entraram. Deram dois passos dentro do castelo, desmaiam e aparece um vulto misterioso. E então o jogo começa.

A Biblioteca

Um dos jogadores encontra-se na biblioteca (vamos chamar-lhe bibliotecário) e o outro noutra sala (explorador). O objectivo é simples: o bibliotecário usar as pistas espalhadas pela biblioteca para guiar o explorador pelo castelo. Para isto podem usar os walkie talkies existentes no jogo, ou simplesmente usar um software de chamadas (Skype / Discord / etc.).

Uma das salas visitadas pelo explorador



Em termos gráficos, este jogo aponta para algo um bocado mais cartoonish sombrio, e consegue criar um ambiente bastante sombrio e misterioso, com uma sensação que há alguma coisa errada. O mesmo tipo de sensação que vem daqueles castelos e casas abandonadas em filmes de terror. O único problema é que há partes em que não dá para ver certas pistas necessárias para progredir, mas uma rápida visita às definições resolve o assunto.

Cena da cutscene inicial


Aproveito para dizer que não há jump scares, para o caso de alguém que não os aguente (tipo eu) tenha curiosidade em saber. Na minha opinião, este jogo sabe meter medo como deve ser. Não pelos jump scares, mas por uma falta completa de conhecimento sobre o que se está a passar. Há uma cena em específico, no final do jogo, que é a imagem quase perfeita de como criar tensão bem. Mas eu não vou dar spoiler.


Uma das pistas

Os puzzles, apesar de não serem nada de absolutamente extraordinário, são inteligentes e dá para chegar lá. Aliás, se fosse a mesma pessoa a ver os dois ecrãs, completava-se o jogo muito rapidamente. Este jogo cria dificuldade ao exigir aos jogadores que façam uma descrição precisa do que vêem, para que o outro possa fazer o que é preciso para avançar. Isto é um bom exemplo de como se pode usar co-op para criar uma melhor e diferente experiência de jogo, em vez de ser simplesmente outro jogador igual e com as mesmas capacidades, a fazer a mesma coisa que o jogador principal (ao género de Ratchet and Clank: Gladiator)

Um bonito quadro


Eu tive dois problemas com este jogo. O primeiro, é que há partes técnicas que falham. Os loadings são maiores do que deviam, tendo em conta o jogo, e há um certo achievement da steam que teima em não se desbloquear, mas isso pode ser que seja só eu, e mesmo assim, não é importante. O outro problema, é que o jogo é muito pequeno. Completa-se no máximo em duas horas. Sendo grátis, não é tão grave, e eu prefiro um jogo curto a um repetitivo e que deixa de ter originalidade horas antes de acabar, portanto, é chato, mas dá para viver com isso.

Um aspeto da história que falha é que nunca ninguém explica o vulto da cena inicial, mas o desenrolar do jogo faz com que esse pormenor não estrague a experiência.

Quando o jogo faz chantagem psicológica


Eu completei o jogo três vezes (daí o "mais do que uma vez" no título). Uma como bibliotecário, outra como explorador, e ainda outra a ver se conseguia o tal achievement. Não consegui, mas não faz grande mal. Isto deu três horas de jogo. O que não seria aceitável se o jogo fosse pago. Sendo grátis, não há problema. É triste que não haja mais, mas isso é decisão do criador.

Eu recomendo este jogo a qualquer pessoa que tenha um amigo com quem o jogar. É grátis, é co-op, e é bom. Não é o melhor jogo do ano, não é o próximo grande marco na indústria dos videojogos, nem é muito grande. Mas é uma excelente forma de passar uma ou duas horas, a experimentar algo novo. Sendo grátis, não há desculpa para não o experimentar.

Steam

Última coisa: foi recentemente anunciada a sequela.

Comentários