The Incredibles 2: Os Super-Heróis
Vou tentar fazer um pequeno
apanhado do filme sem contar a história toda. Portanto, o filme começa no ponto onde o anterior acabou, ou seja, na altura em que apareceu o Homem-Mina (se não
me engano). Este decide começar a destruir a cidade, obrigando a nossa família preferida
de Super-Heróis, e o Gelado (que é como se fosse da família), a impedi-lo e a
salvar a cidade da destruição. Apesar de não ter havido vítimas, houve imensos
danos colaterais e o Homem-Mina conseguiu escapar. Este incidente reacende o
debate, que acompanhará o filme todo, acerca da legalização dos super-heróis
(para resumir, existiam super-heróis até se terem tornado ilegais no filme
anterior, salvo erro), favorecendo aqueles que são contra a sua existência.
Para tentar combater este lado do debate, o Gelado é abordado por um senhor chamado Winston Deavor que adora os super-heróis e que pretende ajudá-los a
tornarem-se legais novamente. Para tal, marca uma reunião com o Gelado, o
Senhor-Incrível e a Mulher-Elástica, na qual decidem que têm de provar que os
super-heróis têm um papel importante na sociedade e, para o conseguirem fazer,
terão de fazer aquilo que fazem melhor: ajudar as pessoas, mas sem danos colaterais.
Como a Mulher-Elástica é que, estatisticamente, provoca menos danos colaterais,
fica decidido que ela é que entrará em ação, para benefício da causa. Com a
Mulher-Elástica em missão, o Senhor Incrível terá de enfrentar provavelmente o
maior desafio da sua vida: cuidar da sua família e dos seus problemas (sejam
eles relacionados com a escola, a vida amorosa ou super-bebés).
Não me vou alongar muito mais na
história, não vale a pena. Posto isto, vou falar de alguns pontos que me
parecem ser relevantes acerca do filme.
Em primeiro lugar, este não é o
típico filme de super-heróis, ou seja, não é um filme que se foca apenas num
herói (ou mais), num vilão e num plano maléfico que precisa de ser travado a
todo o custo. Claro que estas coisas existem, mas não é o foco da ação, ou pelo
menos não é o ÚNICO foco da ação. E eu acho que isto vai no seguimento daquilo
que escrevi no início: se o filme tivesse sido feito em 2005 ou 2006 (1 ou 2
anos depois do primeiro), talvez tivéssemos um filme em que a família Pêra (a
Super-Família) tivesse de impedir o plano do Homem-Mina apenas e só. Durante 14
anos, foi o que eu pensei que fosse acontecer caso existisse um segundo filme e
realmente isto acontece, mas é apenas uma pequena parte do filme, o Homem-Mina
nem sequer é o vilão. O vilão do filme chama-se Raptor de Ecrã (vejam
o filme se quiserem saber mais acerca dele). Mas, mais uma vez, apesar de
impedir o Raptor de Ecrã ser importante para a história, não é o foco da ação. É importante porque ele está associado à questão
legal/moral de, naquele universo hipotético em que existem super-poderes, ser
permitido o uso desses mesmos poderes, que é UM dos focos da ação.
O outro foco da ação é o Senhor
Incrível a cuidar da sua família. E em relação a isto há muito que se lhe diga.
Por um lado, esta parte da ação apresenta uma situação cada vez mais recorrente,
que é a inversão de papéis entre o homem e a mulher na vida familiar, em que a
mulher vai trabalhar e o homem fica em casa a cuidar da família (não tem
necessariamente de ser uma inversão de papéis, mas neste caso em específico é o
que acontece). O facto de o filme ter uma parte da ação associada a este tema,
juntamente com a dificuldade que o Senhor Incrível demonstra em adaptar-se a
esta situação acaba por dar valor a este “trabalho” (se é que lhe podemos
chamar assim) que é muito difícil, muito importante e, suponho eu por não ter
experiência alguma na área, muito recompensador (não em termos monetários, como
é óbvio, até porque aí o dinheiro é sempre a descer). Por outro lado, esta
parte da ação ajuda a construir os personagens nela envolvidos, ao desenvolver
as suas personalidades, as suas vidas e, no caso do Zezé, os seus poderes, permitindo
que tenham margem de manobra para fazer um possível “The Incredibles 3” no
futuro.
Para além do que foi dito anteriormente,
o filme é bastante divertido, está bastante bem feito, possui uma excelente banda sonora virada para o jazz e é, de certo modo,
nostálgico, ao ponto do público se dividir essencialmente entre duas faixas etárias:
jovens-adultos que eram crianças em 2004 e crianças que fazem as “danças do
Fortnite” no intervalo naquele palco que se encontra debaixo do ecrã (Que cringe! Mas não tão cringe como a apresentação feita a alguns super-heróis
secundários.).
Aproveito para avisar as pessoas
que sofrem de epilepsia fotossensível que há um efeito visual no filme que é
muito forte. O filme avisa mesmo antes de começar, mas acho melhor avisar já.
Para terminar, quero apenas dizer
que o filme é incrível ("piada" fácil) a diferentes níveis: é didático, é divertido e é
diferente, acima de tudo, coisa que poderia não ser se o filme tivesse sido
lançado há uns anos atrás, na minha modesta opinião. Aconselho a que o vejam,
especialmente se viram o primeiro filme. Agora é só esperar mais 14 anos pelo
próximo!
PS: Eu vi a versão
portuguesa do filme (dá para ver pelo que escrevi), porque também vi a versão portuguesa do primeiro filme (há
14 anos), mas a história é igual, só mudam alguns nomes, não sejam picuinhas.
Eu sei que o filme já saiu há um mês e meio, mas da mesma maneira que a espera
do filme valeu a pena, pensei que a espera da minha opinião também pudesse
valer (mentira, só tive preguiça, shiu…). Já agora, lembram-se da Edna Moda? Ela aparece no filme numa cena ou duas apenas. Estas cenas não são propriamente relevantes mas eu acho que fizeram bem em adicioná-las ao filme, nem que seja só para a Edna aparecer (acho que era esse o objetivo), visto que a Edna é um personagem quase tão icónico como a própria família Pêra.
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