Cube Escape (em toda a glória Flash)

Nos dias de hoje, é raro vermos jogos point and click a serem lançados. Este tipo de jogo já saiu de moda há bastante tempo, mas perdurou em jogos Flash. Jogos como Submachine, ou, os meus preferidos, os jogos Scooby-Doo . No entanto, também os jogos Flash estão hoje em declínio. Aliás, na maioria dos sites, os jogos no top saíram na sua grande maioria, até 2012. Isso já foi há seis anos. Nos últimos dois anos, no entanto, vimos o aparecimento e imediato sucesso de uma nova franquia (e um novo género de jogo, o jogo idle, do qual falarei um dia destes). A franquia de que falo é Cube Escape.



Desenvolvido pela Rusty Lake, uma empresa que começou a vida com Samsara Room, lançou dois anos depois Cube Escape Seasons, e que se dedica exclusivamente a esta franquia, Cube Escape é uma série que conta com 9 jogos Flash grátis, mais 3 jogos pagos, que não fazem parte da série principal, mas se passam no mesmo universo. Eu falarei aqui apenas dos jogos Flash, e talvez noutro dia aborde os pagos.

Eis aqui um puzzle bem divertido e que requer que o jogador pense

Mecanicamente, pouco há para se dizer acerca do jogo. Sendo point and click, o jogador aponta, e clica. São jogos Escape the Room, ou seja, o jogador encontra-se numa sala, e tem de interagir com várias coisas nela para progredir. Tem puzzles bastante interessantes e inteligentes, mas não é deles que eu quero falar. Cube Escape são jogos que se podem chamar, no mínimo, de inquietantes. Tem aquela estética típica de filmes de terror em casas antigas, a música ajuda ao ambiente pesado, e tem bicheza que enquanto não feia, é perturbadora. Ah, sim, e de vez em quando sai um braço da parede ou coisa parecida. Que agradável. Tudo isto cria um ambiente de horror, sem fazer uso a jump scares.

Que coisa fofa


Vou agora falar de três dos jogos da franquia. Já agora, recomendo que os joguem por ordem que saíram. Cube Escape Seasons foi o primeiro que saiu, e, quando o joguei, não tinha os outros para poder construir um ideia concreta do que tinha acabado de jogar. Mas fiquei bastante impressionado pelas reviravoltas que o jogo dá, e pelo surrealismo do jogo. Cube Escape Arles evidenciou ainda mais esse surrealismo, e teve um momento de realização em que o jogador se apercebe de uma certa coisa, que foi um dos mais genuínos momentos uau que eu tive num jogo, sem que esse momento tivesse a ver com a componente visual. Cube Escape: The Cave é o mais recente, e tem uma boa quantidade de componentes que tornam o jogador desconfortável. Tem também os puzzles mais desenvolvidos, e excelentes exemplos de momentos "mas que raio?!"
Um normal sábado à noite

Depois, a história. Jogando um único jogo, não se percebe, nem bem, nem mal, a história. Parece que alguém meteu coisas aleatórias e pronto. Mas jogando todos os jogos, começa-se a desvendar o que realmente se passa. A história da franquia passa-se entre 1888 e 1982, mas os jogos não seguem ordem cronológica, e Seasons visita vários anos. Esta história fragmentada é algo que aprecio muito em jogos como este, porque uma das maneiras de meter um jogador inquieto, é não lhe dar informação suficiente sobre o esquema geral da história, mas apenas ligeiros vislumbres no meio do surrealismo e horror que lhe digam que sim, há sentido nisto tudo.

Quem é um canito lindo?


Portanto, sendo jogos grátis, e bons, além de que são curtinhos, recomendo que experimentem esta franquia, da qual aconselho começar pelo primeiro jogo a ter sido lançado, Cube Escape Seasons. Podem encontrar toda a franquia aqui.

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