O Meu Grande Problema com RPGs

Esta minha publicação é mais um pequeno resmungo meu do que qualquer outra coisa. Eu adoro jogar rpgs. Não gosto é que tenha de esperar por duas horas de cutscenes antes de poder jogar.



Voltei a jogar recentemente Pokémon Diamond, o primeiro jogo do franquia que joguei, e o meu preferido. O problema é que até o jogo começar a sério temos de: Falar com a nossa mãe, ir a casa de um amigo, falar com ele, entrar na casa dele, falar com a mãe dele, sair à rua, ir de mãos dadas com o nosso amigo até um lago, ver duas pessoas a falar no lago, falar com uma das pessoas, ir até uma pasta abandonada no chão, ser atacados por pombos, escolher um pokémon (ação essa que demora mais que todo o resto do jogo), espancar brutalmente ditos pombos (numa batalha introdutória que nem sei se é possível perder), ouvir alguém a entrar em pânico devido ao uso dos pokémons, conversar com o amigo, ser levado pela mão, voltar à aldeia, encontrar pelo caminho as duas pessoas que estavam falando no lago, falar com elas, voltar a casa graças ao poder da magia negra de um fade out, falar com a progenitora, falar mais com a progenitora, receber os sapatos de corrida (sim, porque até aqui foi tudo feito à velocidade de andamento, porque pelos vistos, não se pode correr sem sapatos de corrida, que aliás, vêm com instruções sobre que botão premir para correr. Se calhar é por isso que nunca foi grande espingarda a educação física. Não carregava no B para correr), ir até à aldeia vizinha (vá, aqui já temos alguma liberdade, mas mesmo assim, ainda considero isto parte da sequência de introdução, visto nem apanhar bicheza podemos), conversar com uma pessoa, conversar com o amigo, conversar com o professor, conversar com o professor, conversar com o professor, receber a Pókedex, conversar com o professor, ouvir a explicação para o PokéCenter, ouvir a explicação para o PokéMart, voltar à aldeia inicial, falar com a mãe (que, como qualquer mãe responsável, nos autoriza com a maior das facilidades a ir numa jornada pelo mundo, a fim de usar criaturas com poderes bélicos em combate contra toda a gente, sozinhos, a pedido dum homem adulto que nem conhece, mundo esse que contém organizações terroristas que querem, entre outros: afundar o mundo, roubar caudas a slowpokes, destruir o universo, etc.), receber o diário, falar mais com a mãe, falar com a mãe do amigo, receber o mapa, voltar à segunda aldeia, falar com uma pessoa, ver o tutorial de como apanhar pokémons, receber bolas, e agora sim, o jogo começa a sério. O pior é que todo o diálogo é impossível de passar à frente. Custava muito, pergunto eu, fazer com que o botão B saltasse imediatamente para a próxima linha? É que nem com text speed no máximo isto anda depressa. E se à primeira ainda se aguenta, já é a milionésima vez que jogo este jogo. Gostava de ter uma forma de saltar esta lengalenga.



E vê-se isto em todo o lado. Outros JRPG: Digimon Story Cyber Sleuth é um dos meus jogos favoritos, e um jogo que aprecio muito mais que qualquer Pokémon até à data, mas a quantidade de texto nesse jogo, Jesus. Até se começar a jogar vai uma boa meia hora. Outro exemplo: Skyrim. Um enorme mundo, cheio de vida e criaturas, com imensas possibilidades de exploração, aventuras e histórias? Vamos fazer os primeiros cinco minutos do jogo serem passados numa carruagem à espera de chegar ao destino. E depois um dragão ataca. Mas calma, o jogador não luta, fica só a ver, não queremos exagerar na excitação.

Eu sei que a imagem não tem muito a ver com o tópico da conversa, mas era o único screenshot de Dark Souls que tenho


Uma das razões porque gosto tanto de Dark Souls (sim, estou a comparar a Dark Souls, mandem-me para a fogueira) é porque, nesse jogo, se queres a história, vai à procura dela que ela está lá, mas se não quiseres, não te preocupes, não te dizemos nada o jogo todo. A cutscene inicial de Dark Souls é curta, francamente épica, mas, mais importante de tudo, dá para a saltar à frente. O jogador pode ligar o jogo, e começar logo a jogar! Ó meu Deus, é revolucionário! Agora a sério, não obriguem o jogador a aturar não sei quantas horas de cutscenes. Ninguém ganha com isso.

Pequeno adendo:
Há em Pókemon Diamond um momento interessante em que o professor pergunta se iremos usar a pokédex para conseguir dados sobre os pokémongos. É dada a escolha ao jogador de dizer sim, ou não. Caso sim, o jogo procede normalmente. Mas se o jogador diz não, o professor diz algo do género: "Acho que não ouvi bem, repete lá outra vez", e é-nos dada novamente a escolha. E podemos dizer infinitamente não que o homem continua a fazer a pergunta, nunca aceitando o não como resposta. Para quê? Para quê esta tão má ilusão de escolha? É que se querem fingir que o jogador tem poder de escolha, ao menos não o obriguem a dizer que sim. Isso é parvo.

P.S.:
Não é meu hábito vir publicar mais coisas num post depois de este publicado, mas acho que é pertinente informar que, assim que publico isto, o meu jogo Pokémon trava completamente, obrigando-me a reiniciar. Ora, eu não tinha gravado uma única vez. Logo, tenho de aturar a introdução novamente. Há alguém lá em cima a rir à gargalhada.

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