Uma Oportunidade
Ultimamente, tenho pensado um bocado neste assunto. Tenho pensado acerca de oportunidades (e/ou falta delas) em geral. Tenho pensado em algumas oportunidades que simplesmente não agarrei, em oportunidades que aproveitei, em oportunidades de estar calado que perdi... Não é que eu tenha ficado marcado por algo em especial ou que tenha feito algo de mal. Não, nada disso. Simplesmente tenho pensado nisto, porque, afinal de contas, a vida é feita de pequenas coisas, dentro das quais se encontram as oportunidades.
As oportunidades vêm e vão, vêm e vão. No entanto, há uma que, também ela sendo temporária, nos acompanha ao longo da nossa insignificante vida: a vida em si mesma. Esta última é feita, entre outras coisas, das escolhas que fazemos e das oportunidades que aproveitamos.
Desde muito cedo que a minha mãe reclama comigo pelo facto de não aproveitar as oportunidades que existem e recentemente tenho-me apercebido o quão importante é aquilo que ela me tenta dizer. Começo a olhar para trás e a perceber que, apesar da minha curta experiência de vida, já perdi muitas oportunidades por ela fornecidas.
Obviamente que as oportunidades são importantes apenas para as pessoas que têm a oportunidade de escolher se a aproveitam ou não, visto que, na maioria dos casos, não influencia a vida de mais ninguém para além da pessoa em questão.
Portanto, esta conversa sobre oportunidades não tem qualquer relação direta com o nosso relacionamento com o Universo, tem um caráter exclusivamente pessoal. Porquê? Deixem-me explicar:
Pensem numa folha de papel em branco que contém um pequeno segmento de reta bem delimitado. Agora pensem que essa folha está contida num caderno com infinitas páginas. E se vos disser que o caderno representa o Universo e o segmento de reta a existência de um indivíduo X no seu todo, não só no espaço, mas também no tempo (em ambos os casos)? O mais provável é pensarem que sou maluco. No entanto, esse não é o ponto a que quero chegar. O ponto a que quero chegar é: no meio de uma infinidade espácio-temporal, nós, seres humanos (e não só), somos finitos e insignificantes. Por essa razão, e já que temos esta oportunidade de viver, de que estamos à espera? Afinal de contas, esta oportunidade só é relevante dentro da reta, fora dela já não tem qualquer valor.
Anteriormente, disse que não tinha ficado marcado por nada em específico e isso é verdade. No entanto, há cerca de 3 ou 4 anos eu arrisquei fazer algo (recordo: isto que arrisquei não é nada de mal nem nada de ilegal ou coisa parecida, pelo contrário) que não correu de acordo com as minhas expectativas e é algo que não faria novamente se tivesse a oportunidade de voltar atrás no tempo, porque ainda hoje me impede de "prosseguir nessa área" (no caso em questão, não se põe as coisas desta maneira, mas não há necessidade de dizer qual é o caso, portanto ficam com esta pequena ideia errada do mesmo). No fundo, perdi uma oportunidade para estar quieto e calado.
Isto para explicar que oportunidades são importantes e que as escolhas que fazemos fazem de nós responsáveis, em parte, pela nossa existência, ajudando-nos a definir enquanto pessoas. Lembrem-se destas palavras: Vivam a vida como se não existisse outra (porque não existe), visto que na enorme infinidade a que chamamos Universo, cada um de nós é apenas um pequeno e insignificante segmento de reta. Contudo, aquilo que para o Universo é um pequeno e insignificante segmento de reta, para nós é uma pequena mas importante oportunidade.
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